Capítulo 1 - Internato ou Inferno?

 Me chamo Lilly Hind e comecei hoje á estudar em um internato... Mal posso esperar pra conhecer as pessoas que também foram largados aqui pelos pais e que vão ter que se matar de estudar, assim como eu.

 Logo no primeiro dia, a professora Berta definiu nossos respectivos lugares na classe, e antes da professora chegar, comecei a notar quem ocupava os lugarem ali. Do meu lado, sentou uma garota estranha, "emo". Aposto que ela me achava estranha também, afinal não olhou para minha cara nem por alguns segundos.

 Atrás da gente, sentava uma pessoa que eu já esperava... Não aquele emo ali atrás, eu nem o conheço, mas vi ele chorando em um canto no ônibus. Enfim, estou falando desse de olhos azuis e cabelos negros, o nome dele é Peter e eu fiquei muito atraída por ele desde que vi a foto dos poucos alunos que haviam passado na prova desse internato. Ele é muito lindo.

 Ao nosso lado, estava a Cler Shiuld, de chiquinhas, dizem que ela se acha só porque sua mãe é a professora/faxineira/diretora e coordenadora do internato, mas não sei se é realmente verdade. A loira eu ainda não conheço...

 E atrás delas, senta sozinho, um garoto bem magro e de óculos, ele parece tão... Politicamente correto, acho melhor não perguntar sobre algo que rende muito assunto para ele. Não vou achá-lo nerd, porque eu sim sou reconhecida como nerd, acho que nós dois somos... Só que eu sou mais social, eu acho, pelo menos pretendo ser agora.

 É, realmente essa é a minha classe, poxa, achei que ela seria mais interessante. Mas não era de se esperar que bastante gente viesse pra cá, a prova estava mesmo MUITO difícil. Alguns sortudos conseguiram...

 A Professora Shiuld pediu que nos apresentássemos na frente, então eu disse "Me chamo Lilly Hind, estudei muito para estar aqui hoje e vou tentar dar o máximo de mim aqui, em todos os aspectos, mas principalmente nos estudos..." e fui me sentar. Achei que foram poucas palavras, mas muito objetivas.

 Depois de todos os alunos se apresentarem, Peter foi para frente, ele falou muito sobre ele, pude conhecê-lo de verdade naquela hora. Ele é tão simpático e realmente bonito, toda vez que ele olha para mim é de relance, não sei se ele está olhando para mim ou se ele realmente acha o papel de parede bonito...

 Na hora do almoço, aquela Cler ficou atrás de mim e cochichou "Cuidado com a Margaret, ela está de olho no Peter, melhor você deixar os dois ficarem juntos e não se entrometer, ou pagará um tanto caro...". Sem fingir que ouvi, fui sentar sem dizer nada. Eu realmente queria que Peter gostasse de mim, eu já estava apaixonada por ele, mas percebi que não era só eu...

Sentei do lado da mesma garota, e ela finalmente olhou pra mim e falou comigo. 

"Eu ouvi o que a metida da Cler te disse..."

"Você conhece ela?"

"Conheço todos por aqui, morava na mesma cidade e fiz as provas com eles. Praticamente morei com eles por uma semana. Enfim, a Margaret é a loira, ela é uma patricinha sem igual, tão esnobe e tem um caso com o Peter..."

"hum..."

"Não ligue pro que essas retardadas dizem..."

 Eu mantive meu silêncio até a tarde, na aula de educação física. Então o garoto "nerd" do meu lado disse..."Aquela Cler disse que quer falar com você" "ok..." Então desci da esteira e ela veio falar comigo.

 Ela foi tão curta e grossa...Que...
"Fique longe do Peter, ou você vai ver!"
"Ver o quê, necessariamente?"
"Nada, sua nerd feia. Nem um brilho labial você passa."

 Eu fiquei tão brava, eu não era como essas adolescentes que gostam de perder tempo com maquiagem, esse tipo de coisa é chato. Eu realmente já criei uma certa raiva dessa garota. Mas lembrei do meu teste para estar no internato, e me controlei.

 Então eu sai e deixei ela falando sozinha. Fui logo em direção ao banco. A garota que sentava do meu lado veio atrás e se sentou do meu lado.
"Meu nome é Bárbara, posso te ajudar com essas vacas..."
"Eu sou Lilly, e não sei se quero ajuda, só quero mesmo distância delas"
"Politicamente correta você, hein?"
"Não, mas não gosto de confusão."
"Vou te ajudar mesmo assim."
Ela levantou e saiu, então a professora mandou a gente ir pros nossos quartos, tomar banho e dormir. Por uma grande conhecidencia a garota Bárbara era minha colega de quarto. Fique feliz ao saber disso, seria péssimo estar no quarto da Cler, ou da Margaret.

 Assim que saí do banho, Cler e Margaret estavam no nosso quarto. Cler estava gritando com a Bárbara e a Cler se aproximou de mim dizendo "Escuta aqui sua ruivinha falsificada...!"

 "Fique MUITO longe do meu NAMORADO!"
"Namorado...? Quem?"
"Não se faça de boba, é óbvio que é o Peter!"
"Ah... Mas não pode namorar aqui..."
"As politicas não barram nosso amor sua vad..."

 "Cala a boca sua loira ridícula!"
"Ah... Chegou a emo gótica pra proteger a ruivinha."
"Ela é ruiva natural sua inútil, não oxigenada como você, e eu sigo o estilo que eu quiser, assim como você segue esse de palhaça! Que maquiagem é essa?"
"Ahnhnh!! Quer saber, tchau suas babacas"
Cler e Margaret saíram do quarto e bateram a porta. Agradeci Bárbara por ter me protegido, realmente gostei da atitude dela...

Mas de madrugada, quando eu saí pra tomar água... Encontrei Margaret e Peter se abraçando no corredor, eles realmente tinham um caso. E, eu queria muito contar pra professora, aquilo era contra as regras, mas seria muito arriscado... Apenas desviei o olhar, contive a sede e voltei a dormir.